Autoria e memetização: uma reflexão sobre paratextualização de produtos midiáticos
DOI:
https://doi.org/10.53946/rmrreview.v4i1.37Palabras clave:
Memes, Autoria, ParatextoResumen
Objetivo do Trabalho: Este trabalho buscou refletir sobre a produção de memes a partir da apropriação de objetos da cultura pop, como uma forma de autoria de textos, o que resulta na paratextualização desses objetos. A cultura pop, embora responsável por grandes números mercadológicos também implica em aspectos culturais, de inovação e reapropriação dos seus objetos. Essa reapropriação acontece ao considerarmos que os objetos da indústria midiática são textos, pois para que exista a possibilidade de seu consumo é exigido do consumidor certo grau de interpretação e envolvimento. Sendo textos, esses objetos tornam-se passíveis de paratextos, que são os conteúdos criados com base em um objeto principal. Em complemento a isto, o conceito de autoria corrobora para a colocação de que o criador de um texto não é o melhor explicador e único detentor de seus significados, pois o texto carrega em si um limiar de possibilidades interpretativas a seu respeito, o que provoca no leitor, receptor ou consumidor a função-autor, que os posicionam como sujeitos autorais do texto em questão. É no cerne da participação ativa e crítica que o sujeito prossumidor assume um posicionamento ideológico e reafirma sua autoria, desvelando as relações de sentido impressas em sua produção - o meme.
Originalidade: apresenta um diálogo original a partir do entrelaçamento não realizado anteriormente com a paratextualização a partir de Gray (2010), a função-autor de Foucault (2009) e a memetização de Recuero (2007).
Principais Resultados: Como achados da pequisa, entendemos que o processo de criação de memes ispirados nos
objetos da cultura pop representam uma materialização do processo autoral do texto apropriado resultando assim na paratextualização realizada por prossumidores.
Contribuições Teóricas: O trabalho contribui teoricamente com os estudos sobre memetização, apresentando sua condição de paratexto a partir de Gray (2010), dialogando ainda com conceitos como a função-autor de Foucault (2009), o que nos permite afirmar que memes derivados da industria de entretenimento são espécies de paratextos prossumidos a partir de uma função-autor, que possibilita que outros atores sejam autores de um texto.
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